Airbag – Proteção depende do uso do cinto : Proteção do air bag depende do uso do cinto.
A crença de que veículos dotados de sistema air bag dispensam o uso do cinto de segurança é completamente equivocada e de alto risco.
Por isso, o CESVI BRASIL (Centro de Experimentação e Segurança Viária) alerta que o air bag é um sistema de proteção complementar ao cinto de segurança, sendo este o mais importante equipamento de segurança.
A eficiência do airbag está diretamente relacionada ao uso correto do cinto de segurança, pois foi projetado para ser acionado nas situações em que somente o cinto de segurança não seja suficiente para garantir a devida proteção, na tentativa de se evitar as lesões graves ou fatais.
O cinto de segurança proporciona um alto índice de proteção, porém dependendo da intensidade da colisão, existem casos em que o peito do motorista ou do passageiro pode tocar o volante ou o painel de instrumentos.
Nessas situações é que o airbag atua, minimizando ainda mais os riscos de lesões graves e/ou fatais.
Além de segurar o corpo dos ocupantes para dar tempo que a bolsa do air bag infle totalmente, o cinto de segurança garante a trajetória dos mesmos em direção à bolsa”, explica Marcus Romaro, gerente técnico do CESVI BRASIL.
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) estabeleceu, na resolução 311, a obrigatoriedade do dispositivo de retenção suplementar (air bag) na posição frontal para o motorista e o passageiro, nos veículos de transporte de passageiros com até nove lugares (incluindo o motorista) e para veículos de transporte de cargas que tenham uma massa máxima não superior a 3,5 toneladas.
A implantação desta medida teve início em janeiro de 2010.
A partir de 2014, toda a frota de automóveis saiu de fábrica com o equipamento.
O estudo ‘Potencial de efetividade do air bag’, realizado pelo CESVI em 2008, já chamava atenção para os benefícios do dispositivo.
As conclusões do estudo apontaram que, no Brasil, considerando-se apenas os condutores de automóveis e caminhonetas, o potencial do air bag poderia contribuir para manter a vida de aproximadamente 490 pessoas (1,4% dos 35 mil que morrem por ano) , ou evitar ferimentos em mais de 10 mil pessoas, em média, proporcionando um impacto econômico positivo de cerca de 315 milhões de reais por ano.
O centro de pesquisa ainda estima que seria possível reduzir 1.600 mortes por ano, se a taxa de adesão do cinto de segurança aumentasse em 10%. CESVI ESCLARECE DÚVIDAS SOBRE AIR BAG , então vamos a elas :
- O air bag pode disparar em alguma situação que não seja necessário?
Esse sistema foi desenvolvido para não disparar em colisões frontais de baixa intensidade, situações estas em que somente o cinto de segurança é suficiente para garantir a proteção do ocupante.
O air bag frontal também não dispara em colisões laterais, traseiras, capotamentos ou em condições abusivas de rodagem – passagens por valetas, lombadas, queda em buracos, guias etc.
2. Se o veículo estiver parado e sofrer um impacto frontal, o air bag é acionado?
Depende.É acionado se o impacto for muito intenso e se o contato estiver ligado, entretanto, se desligado por mais de 20 segundos, o dispositivo não é acionado.
3. A partir de qual velocidade o air bag é acionado no momento do impacto?
O acionamento do air bag não depende diretamente da velocidade do impacto, mas sim, da necessidade de proteção aos ocupantes, nas situações em que somente o cinto de segurança não seja suficiente.
Em uma colisão de baixa a média intensidade, por exemplo, há pouca troca de energia e as deformações ocorrem nas partes de acabamento e/ou nas partes que não são estruturais.
Nesse caso, os ocupantes da frente têm pouco ou nenhum contato com as partes internas e somente o cinto de segurança garante a proteção necessária.
Os impactos de média intensidade podem ocasionar deformações na travessa frontal do chassi, suspensão e/ou longarina, porém sem diminuição significativa do compartimento do motor.
Nessas situações, pode ocorrer o contato do ocupante com as partes internas do veículo, mas com baixa probabilidade de lesões graves.
Por isso, nesse caso, o uso do cinto de segurança aliado ao pré-tensionador confere uma proteção eficiente.
Já os impactos frontais de alta intensidade, caracterizam-se por grandes deformações estruturais que podem reduzir o espaço necessário para a sobrevivência dos ocupantes.
Neste caso, é necessária a máxima proteção disponível para amenizar o impacto com as partes internas do veículo, ou seja, a combinação de cinto de segurança, pré-tensionador e air bag.
4. Como é a manutenção de cintos de segurança e do air bag?
Verifique o estado do cadarço (pode ocorrer o desprendimento de partículas devido à deterioração pelos raios solares).
O cinto, quando não está sendo utilizado, deve ter seu fecho virado para a coluna do veículo e não para seu interior, caso contrário estará como cadarço torcido e não garantirá uma a eficácia da proteção em caso de necessidade.
Verifique se o fecho trava e libera a lingueta do cinto facilmente.
O cadarço deve correr livre durante o uso, porém deve travar em caso de um deslocamento forte, freada brusca e/ou trepidação excessiva do veículo.
Em caso de colisão, efetue a troca de todo o conjunto (cinto, retrator e fecho);
Air bag: o sistema de air bag não necessita de manutenção, porém, caso a lâmpada-piloto do painel de instrumentos acenda, leve o veículo imediatamente a uma oficina especializada.
5. A reparação inadequada de algum elemento do veículo pode afetar o acionamento do air bag?
É preciso estar atento à reparação de elementos estruturais do veículo que deve passar por uma avaliação detalhada.
O reparo somente é recomendado quando não são afetadas as áreas de deformação programada.
Para realizar o processo de substituição parcial, a região de corte do componente deve ser seguida de acordo com a recomendação do fabricante.
A modificação da estrutura causada pela reparação inadequada da longarina pode variar o tempo de acionamento do air bag, fazendo-o abrir antes ou após o tempo especificado, ou seja, afeta a calibração do dispositivo.
Equipamentos eletroeletrônicos não originais, instalados de forma inadequada , também podem ser um risco na medida em que podem vir a ocasionar o acionamento involuntário do air bag.
Além disso, é proibida a montagem de qualquer componente não original na região frontal do veículo, pois irá comprometer a calibração do sistema e o air bag fatalmente não funcionará como projetado.
6. A cadeirinha de bebê pode ficar no banco da frente do passageiro em veículos que possuem air bag?
A cadeirinha de bebê somente deve ser colocada no banco traseiro do veículo, sendo uma exigência estabelecida por lei.
Ela deve ser usada de acordo com a idade, peso e altura da criança pois o cinto de segurança de adulto somente protege crianças com mais de quatro anos de idade, que tenham peso próximo aos 20 kg.
O air bag infla algo em torno de 30 litros de gás, em 30 milésimos de segundo, e a uma velocidade de aproximadamente 320 km/h.
Sendo assim, ele é projetado para que os ocupantes só venham a tocá-lo após a bolsa estar totalmente inflada.
Por isso é muito importante o uso correto do cinto de segurança como também o posicionamento dos bancos, garantindo a distância e tempo necessários para que a bolsa infle totalmente.
Caso contrário, é grande o risco de lesões pelo impacto da bolsa com o rosto dos ocupantes durante o enchimento.
7. Os gases emitidos pelo air bag fazem mal à saúde?
Esses gases não são tóxicos, portanto não prejudicam a saúde.
O pó branco que eventualmente é solto na abertura da bolsa de ar, é apenas um talco com função de lubrificação.
Fonte : CESVI (Centro de experimentação e segurança vital)
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